Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

domingo, maio 28, 2006

ELEIÇÕES OU CRIAÇÃO DE PARASITAS URBANOS ? (PARTE I)

Desconcertado com o mundo, o nosso corpo torna-se incompreensível, assim como torna-se indecifrável o comportamento exagerado, onde o gesto não se propaga no mundo, mas recai na artificiosa construção de si mesmo. Como o gesto não é simplesmente uma construção de si mesmo, como o gesto não é simplesmente uma realidade fisiológica, mas o veículo das próprias intenções e, portanto, da própria relação com o mundo, assim, todas as manifestações da pessoa surgem e encontram na intersecção de factores biológicos, psicológicos e sócio-ambientais. A compreensão melhora somente quando “como cegos” esperamos ouvir os diversos tipos de ecos que cada passo que damos produz. É impossível e absurdo querer transformar a sociedade reformando, apenas, os indivíduos – os mesmos indivíduos. Quantos indivíduos justos e escrupulosos na sua vida individual não hesitam em mentir, quando são diplomatas, para evitarem conflitos, quando são médicos, para tranquilizarem os doentes, quando são comerciantes ou camponeses, para escoarem a mercadoria, quando são patrões ou directores, para comandar os trabalhadores, etc.? – Espero ter-me feito entender. Esta premissa sugere-me concluir que ser poder em STP é já uma profissão para alguns – e profissão que põe antolhos, que canaliza as virtudes e, não são as virtudes individuais que elevam a profissão do poder em STP. O próprio funcionamento da sociedade são-tomense impede as pessoas de serem virtuosas. É como uma máquina de fabricar escravos e tiranos, zorros e bandidos, candongueiros e esfomeados, ..., enfim. Por isso mais eleições para tudo continuar/encaminhar para pior, para que as “coisas” sigam o rumo que pretendem. O que parece admirar alguns de nós são-tomenses que acreditamos conhecer o valor de ser são-tomense é facto de continuarmos a sujeitar este comportamento e atitude de traição daqueles que não têm feito outra coisa senão poder por poder, para tornarem-nos mais doentes, (quando os seus familiares e amantes são evacuados para Portugal com a epilepsia, por exemplo), para que não tenhamos escola para os nossos filhos (quando os seus estudam em Portugal com bolsas em nosso nome), para comprarmos coisas simples do dia-a-dia com preço de ouro (quando os seus amigos continuam impunemente na candonga). Da História contada e conhecida como sendo uma das virtudes de Sermos Sãotomenses é a preferência de sofrer ou mesmo morrer do que sujeitar humilhações, trabalho escravo, mentira, vigarices, ofensa, insulto, afronta, descompostura, desfeita, injuria, ... pelo amor-próprio, pela honra, auto-estima, auto-confiança e pela dignidade de Sermos Sãotomenses. A atitude de muitos são-tomenses no massacre de Batepá e de famoso censo durante o regime único de Pinto da Costa são alguns exemplo entre muitos da nossa vontade de liberdade e amor-próprio. (continua)

Google