Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

sexta-feira, julho 21, 2006

SONOLÊNCIA ACTIVA


STP hibernou e tarda em despertar. Vive em abstinência de renovação da classe política. Os líderes, os dirigentes políticos das últimas três décadas ou sucedem a si próprios ou são os próprios, ou então criam clones dos seus tiques – é o caso de Fradique de Menezes e Patrice Trovoada.


Não é só Pinto da Costa que carregou e carrega nas costas o pesado fardo de suceder sempre a si próprio a pedido de alguns militantes do MLSTP/PSD. Parece ser uma questão de regime, a dinheiroracia, ou melhor, a democracia do banho. É isso que os partidos políticos têm feito em relação aos candidatos a Presidente da República e ao Primeiro-ministro. E, porque parece que existe no interior da caixa craniana destes intestinos delgado e grosso, abusivamente chamam a esses compromissos não e mal assumidos de mudança e alternativa quando na verdade são sempre os mesmos. Como consequência secam qualquer tipo de renovação que surja no horizonte nacional. MLSTP/PSD, PCD, MDFM e outros são os eucaliptos de STP.


A renovação desses partidos políticos consiste em enquadrar jovens nas suas «jotas», que depois transformam em deputados e, mais tarde, em quadros do Estado ou do sector público – ou seja, vira o disco, toca o mesmo. Os partidos políticos que dominam a vida política sãotomense tornaram-se fábricas que produzem dirigentes calibrados, com a mesma frequência e na mesma onda: todos aparentemente diferentes, todos rigorosamente iguais. O MLSTP/PSD, PCD, ADI MDFM e outros congestionaram o estado de STP e a sociedade. Estes alternam entre si o governo e a Presidência da República. Será que podemos chamar a isso sonolência activa?

Qualquer ruptura com os diferentes equilíbrios que sustentam este sistema da democracia do banho é visto como uma ameaça e rapidamente afastada. Por pobreza política, nenhum partido político de STP parece estar interessado pela lisura do processo eleitoral. As noções da liberdade de escolha, da competição eleitoral e da administração isenta, associadas à noção de eleições, ainda estão bastante distantes de descrever o contexto social e político no qual os processos eleitorais se realizavam em STP. As possibilidades de manipulação das eleições populares são permanente e múltiplas. A competição política muitas vezes restringe-se a uma disputa entre elites concorrentes, que possuem um controle amplo sobre segmentos inteiros do eleitorado devido a dinheirocracia. Simultaneamente, os actores políticos desenvolvem um senso crítico aguçado para detectar as deficiências do processo eleitoral em todas as suas variações. Estas incluem o uso da máquina governamental para favorecer candidatos, a influência ilícita do poder económico sobre as eleições ou manipulações referente à administração das eleições. A garantia da lisura do processo eleitoral é um desafio de todos para a implementação e consolidação do regime democrático em STP.

A robusta questão da lisura eleitoral no nosso país refere-se ao papel dos recursos financeiros no processo da competição eleitoral. Na teoria da democracia representativa como o nosso, as eleições restringem-se à competição pelos votos dos eleitores. Na prática, o processo de comunicação entre candidatos e eleitores envolve recursos consideráveis e a competição eleitoral tem sido também uma competição pelo apoio material à campanha para suprir esta demanda. A lisura do processo eleitoral em relação ao financiamento das campanhas é um tema recorrente na dinhorocracia sãotomense. É esta a democracia que Trovoada e Fradique nos impuseram.

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