Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

quarta-feira, janeiro 31, 2007

ORA, ACONTECE…, É STP!


“…Ora acontece que não se ouve ninguém, “só eu é que conto”, “só eu é que sei”, “só eu sou esperto” … “mas acredita que a lógica dessa gente é a de “os cães ladram... e a caravana passa”...”. Ouvindo isto e observando STP fica-se com a ideia de que se está no país considerado mais pobre e mais corrupto do mundo – a Guiné Equatorial. País que ainda em Fevereiro de 2006 o seu presidente Teodoro Nguema Obiang comprou uma casa na exclusiva praia californiana de Malibu. Não são com promessas inconvenientes, dissertações irresponsavelmente altissonantes de dirigentes voluntaristas e projectos para isto e para aquilo, que se reduz a propalada pobreza em STP.

A condição indispensável para a redução da pobreza e melhoria dos padrões de vida dos sãotomenses, só é exequível com melhor governação. Melhor governação obriga a que se coloquem nacionais certos em lugares certos e não pela cor partidária ou pela corrupção política. A realidade (a que os governantes de STP não querem ver) demonstra que nos países africanos que tiveram bons governos, as economias “deram o salto”. A pesquisa sobre governação revela que melhores padrões de vida são, em grande parte, consequência de uma melhor governação, e não o inverso. A melhoria da governação em STP é a única condição para produzir resultados significativos. Há 15 anos que STP vive de má governação cujo corolário é o que vemos e vivemos – corrupção sublimada, péssimos governantes, pobreza extrema...

A boa governação dá origem a um enorme “dividendo do desenvolvimento” sob a forma de padrões de vida mais altos e redução da pobreza. Os indicadores mostram que, quando se melhora a governação por um desvio standard, os rendimentos triplicam a longo prazo, e a mortalidade infantil, assim como a pobreza registam um declínio de cerca de dois terços. Entre muitas outras medidas fundamentais numa boa governação está a desburocratização – verdadeiro antídoto contra a corrupção. Em STP há demasiada burocracia logo a súmula é a corrupção, o que gerou excessiva economia informal, expulsão dos autóctones perto ou mesmo do ilhéu das Rolas (violação ao Artigo 7 do Estatuto do Tribunal Criminal Internacional que se refere como uma “deportação ou transferência forçada duma população (e) um crime contra a humanidade”), mercados, feiras e vendedores de tudo e por todo lado.

As últimas medidas deste governo, a chamada transferência transitória dos vendedores para mais um local histórico da cidade de S. Tomé é mais uma tolice do governo e prova de má governação. A medida devia ser a criação de empregos e destruição desta imundice em toda a cidade, a verdadeira fonte daquilo a que alguns designam “cólera”. A diarreia da pobreza que alguns por interesses ocultos chamam de cólera, a ineficácia dos antipalúdicos, a indisciplina generalizada e outros demonstram bem a deplorável governação que temos tido. Todos sabem que imensos problemas da saúde em STP estão ligados à ineficácia de vacinações e tratamentos, à crescente resistência das bactérias aos antibióticos, possíveis intoxicações e à desconfiança em relação ao medicamento genuíno e competência técnico-científica dos profissionais. A maioria dos medicamentos utilizados em STP é contrafeita, proveniente da Nigéria. Nesta categoria de contrafacções de medicamentos (para além de peças de automóveis, alimentação e electrodomésticos), estão incluídas situações em que há inexistência de substâncias activas, os ingredientes indicados são errados, as embalagens são falsas, as quantidades de ingredientes activos são insuficientes ou os fármacos contêm componentes tóxicos, isto sobretudo nos antipaludicos – daí a resistência aos antipalúdicos em STP. Facto que o próprio governo Nigeriano sabe desde a década de 80 do século XX.

O que fez o governo de STP para pôr termo a este crime? A Organização Mundial de Saúde (OMS) reuniu-se em Roma no ano findo, com o objectivo de debater soluções para o que denominou de “epidemia silenciosa” – a contrafacção de medicamentos provenientes de todos os continentes, que prolifera nos mercados africanos desde a década de oitenta do século passado. Segundo a OMS, os antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos, anti-parasitários e medicamentos cardiovasculares são os que mais são vendidos. Estas contrafacções beneficiam de uma dupla fonte de aprovisionamento, interno e externo. Muitos casos de intoxicação mortal, na sequência de tomas destes medicamentos foram notificados. Segundo ainda a OMS, um milhão de pessoas morrem por ano em África devido ao paludismo; 200 000 poderiam ser salvos se fossem distribuídos os medicamentos autênticos, e não os medicamentos contrafeitos. O que têm feito os diferentes governos em STP para acabar com a venda de medicamentos contrafeitos? A cultura da corrupção tomou conta e disseminou-se por todos os aspectos da vida pública de STP; o que torna impossível realizar e permanecer os negócios sem dar gratificação, Somos Sãotomenses.

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