Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

domingo, outubro 15, 2006

Fiquei triste....

Li na semana passada nas vossas páginas que Sua Excelência, o Presidente da República cobrara acções reais da diplomacia santomense para angariar fundos e meios para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe. Portanto, as nossas embaixadas e consulados deveriam arregaçar as mangas para que saíssem do marasmo protocolar e apresentar projectos e ideias que podessesm avalizar acções de financiamento externo ao país. Sabemos de antemão que o retrato da nossa diplomacia sempre foi permeada por falta actividades que demandam o país para o seu desenvolvimento. Não se deve culpar de todo os nossos agentes diplomáticos, dos quais o actual presidente foi um dos representantes e junto a um dos grandes financiadores e doadores para os países em desenvolvimento.

Não sabe qual foi a sua real intervenção, ou se foi de simples ações protocolares, assinando os acordos apresentados pelos “nossos” parceiros da União Europeia, com poucos reflexos para o desenvolvimento do país porque não traduziam, na sua essência a realidade do país e nem forma elaborados tendo em conta esta realidade. Talvez como conhecedor deste marasmo diplomático é que faz tal apelo.Sabemos que a nossa realidade demanda uma diplomacia em que seus actores sejam sujeitos conhecedores de todo são Tomé e Príncipes e que sejam capazes de identificar e negociar todas oportunidades que possam colaborar e acrescentar algum desenvolvimento. Muitas vezes, esses sujeitos, sejam eles representantes da diplomacia ou do governo, compram o que os nossos parceiros querem nos vender e não o que precisamos comprar e, como tal, temos um carro novo, mas sem as peças, os equipamentos e os profissionais para a sua manutenção. Outras vezes, os nossos representantes no exterior carecem de informações ou projectos para que possam apresentar aos nossos parceiros porque não existem no país ou não estão identificados. Parece que o modu operandis do executivo nacional é de improviso ou de letargia.

Talvez pelo calor das nossas belas praias. Acrescenta-se ao facto de o Ministro dos Negócios Estrangeiros é indicado pelo Presidente da República. Isto é, dependemos de ajuda externa, em todos aspectos possíveis, mas o executivo tem fora do seu raio de acção o chefe da diplomacia do país. Sabemos que algumas mesas redondas com doadores foram realizadas, mas presas à letargia gerencial. Como conectar programas, projectos e acções para desenvolvimento do país e negociá-los com o exterior, sabendo que o chefe da diplomacia está ligado ao presidente da república e, como tal, à oposição? Na composição actual de poderes, sabemos que isso se torna possível por serem dos mesmos partidos.O actual governo pode e deve aproveitar a unidade e a calmaria do executivo para despertar e praticar os apelos do presidente. Mas, para isso, precisa de identificar as nossas reais necessidades e apresentá-los aos nossos parceiros. Lembro-me da viagem do presidente ao Brasil. Considerei-a triste porque não se negociou qualquer pauta, considerando o nível e o número de participantes da comitiva que cá esteve. Perguntei a alguns representantes da comitiva, mas todos deram respostas vazias a respeito da sua presença.

Fiquei triste porque sabia de vários projectos que poderiam ter sido negociados se tivesse havido uma real agenda para o país. Foi com o Brasil e tem sido com outros países e organismos. O problema não está só nas embaixadas e consulados. Começa nas belas ilhas do Atlântico e chega de forma devastadora a esses paralelos nossos.Decidi escrever porque fiquei a refletir sobre a matéria estampada no vosso sítio sobre a viagem do Presidente a Taiwan e a triste comparação que fez da visita ministra Cristina à reunião China – Países lusôfonos. Será que ele se esqueceu do seu apelo aos nossos representantes no exterior? Bem, deve ter sido um acto falho. Agradeceria que me detalhessesm os benefícios que S. Tomé e Príncipe obteve durante a sua grande cooperação com Taiwan. Bem, deve ser problema de má gestão local. Sua Excelência diz que temos que aproveitar todas oportunidades. E a China não se insere em oportunidades. Fala na defesa de soberania. Que soberania se sempre nos vendemos ou não sabemos nos vender? Se soubessem pelo menos nos vender por aquilo que somos e necessitamos. Ainda podem corrigir algumas falhas nos dar verdadeira soberania, começando pela busca e implementação de acções que nos alocar o verdadeiro desenvolvimento para que nosso não seja simples movimento de banhos e sim agentes do desenvolvimento do país como os senhores do poder.

Brasília, 10 de outubro de 2006

Diógenes Pereira da Costa Amaral AguiarGraduado em Relações Internacionais

Graduado em Ciência Política

Mestre em Relações Internacionais

Pós-Graduado em Gestão de Cooperativismo

e-mail:
auaue@uol.com.br

adolonimo@hotmail.com

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