Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

sábado, março 10, 2007

A DOENÇA DO PODER OU CARTAS DE TARÔ

Se não vejamos! Eles, os governantes do nosso país padecem de uma perturbação que não tem cura. Quanto muito, a esperança a longo prazo – quando o povo agir. Eles, os governantes têm dificuldade ou mesmo incapacidade de interacção social e comunicacional. Ainda, associados de comportamentos repetitivos, redundantes – dizem e fazem sempre e, de modo compulsivo as mesmas besteiras. O exemplo mais recente é as da sra. ministra de (des)educação referente aos bolseiros. Não sabe [porque é (des)educada] estabelecer relacionamentos e relações de forma a responder de modo apropriado aos estudantes e seus pais, professores e falcatruas referentes as falsificações de certificados vindos tardiamente ao público. Isto das fraudes de certificados, apesar de ser uma historieta tão antiga, quanto ao próprio autismo político nacional. Se a solução é investigar, seria desejável e muito interessante que se averiguasse o que está na génese de após a ocupação de uma função pública torna-se rico imediatamente.

Os muitos e diferentes políticos e dirigentes de STP cultivam abstracção a população e ao país, centram neles próprios, estão preocupados e ocupados na solução, na resolução dos seus próprios problemas, das suas próprias dificuldades. Estes, eles, os governantes não têm a capacidade nem competência para estabelecer relações afectivas com as populações bem como responder assertivamente as suas preocupações que dizem defender e representar politicamente. A obsessão pelo poder marca a governação presente e as passadas também. Esta fixação que é doentia, não tem como objectivo melhor Estado para um melhor nível de vida dos cidadãos. Resume-se a encarar o Estado sacralizado nos múltiplos projectos, idolatrado e fechado em si mesmo numa lógica egocêntrica. A função do Estado de STP esgota-se no auto satisfação dos seus dirigentes. O Estado não tem rumo, age de forma infantil e automático. Responde sem reflexão a tudo e nada. Para um país que não tem alimentação, fardamento e outros para o seu exército, que vantagem/importância real tem o chamado primeiro exercício militar conjunto entre STP e França e quem ganha com isto? A resposta é óbvia. Fica de caminha à Santana. A situação geoestratégica de STP no mundo actual – faz com que STP se torna um palco giratório para ambições de forças estranhas preconceituosas e hegemónicas.

STP finalmente se assume como um país sem rumo, onde os malandros tentam a custa do povo a sua sorte. País onde se continua a experimentar a pulverização das casas com produtos tóxicos (não discuto aqui o grau da toxidade mas, não há dúvidas que é tóxico) para “acabar” com o paludismo. Sr. ministro das obras expeditas, STP não é um país de bocados, é um todo. É preciso explicar aos sãotomenses quem está e foi subornado durante anos para que navios e aviões circulem com as bandeiras de STP. É isto o mais importante que as seus artifícios dilatórios com projectites daqui e dacolá. Já agora sr. ministro das obras expeditas sugeria a v. excia. que, antes de forjar mais um projecto que desse uma vista de olhos em duas teorias: a teoria geral dos sistemas também conhecida pela sigla TGS desenvolvida nos anos 40 por Ludwig von Bertalanffy e a teoria cibernética (teoria do controlo) desenvolvida por N. Wienner. STP não é uma quinta sua para “precipitar” doentios projectos a procura de fama do que resolver os problemas que afectam as populações. Não há política para nada, estes artifícios não servem para nada, são disparates voluntaristas como estratagema para se manter ligado ao poder. Parece que é tempo de Fradique de Menezes agir

Ou agora ou nunca. O homem do leme, Fradique de Menezes tem que decidir pelo rumo a tomar. O país não pode continuar a navegar com bases em apenas nas imagens que alguns voluntaristas vêem nas cartas de tarô que jogam. Fradique de Menezes tem sim, como prometeu olhar ao bem-estar da tripulação e porque não, já agora, algumas vezes seguir o que seu instinto aliado ao saber, porque Somos Sãotomenses.


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1 Comments:

  • O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

    Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

    Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
    Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
    Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
    Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
    Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
    A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
    Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
    Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
    Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
    De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

    Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
    A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .


    Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
    Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
    De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
    Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

    A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

    Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
    Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.

    Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

    Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
    Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

    Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

    Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
    Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.

    Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

    Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

    Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

    Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
    Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

    Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

    Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

    Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
    Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

    A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.

    By Anonymous Anónimo, at 04 fevereiro, 2008 14:03  

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