Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

quarta-feira, julho 04, 2007

MAS AFINAL O QUE ANDAMOS NÓS (DOUTORES E ENGENHEIROS) CÁ A FAZER?

Onde estão centenas de doutores e engenheiros que STP formou durante cerca de 30 anos, para que hoje o país tivesse liberdade: água, saúde, energia eléctrica, pontes, habitações condignas, vias de comunicação e mais? Onde estão os doutores e engenheiros que o país pediu para que deixasse às futuras gerações uma “vida” dignamente humana? É trivial referir que nos tempos actuais, o cultivo científico dos saberes alcança um peso significativo na determinação do destino dos povos. Nesta conjuntura, não posso porque não devo deixar de assumir a mea culpa por patacoadas de gente inábil que raptou o poder e pratica desmandos de toda ordem deixando STP às novas gerações, o pior que se pode fazer a um indivíduo. Cultivar os saberes é participar habilitadamente para o encontro de respostas a problemas complexos do país, como por exemplo: presença indesejada de uma base militar estrangeira, temos o exemplo após o abandono da base militar americana nas Filipinas, cujos resultados foram poluição das águas e dos rios, aparecimento de malformações congénitas, cancro e mais; “deportação” ou transferência forçada das populações do Ilhéus das Rolas e arredores (violação dos artigos 7 e 73 da Carta da ONU – onde estão os estudiosos do direito?); as chamadas zonas franca e outras infra-estruturas sem uma reflexão séria e onde possa haver interpelações reflexiva de debate a diferentes vozes; exploração de petróleo cuja confusão, falcatrua e dúvidas são imensas e todos fazem orelha de mercador; falta da energia eléctrica que todos tentam dar uma explicação que ninguém compreende senão os próprios; estapafúrdia com a STP – Airways; despejo de lixo no país para encher bolsos de alguns; acordos de pesca com a União Europeia cujo país não ganha absolutamente nada e os pescadores nacionais não terão brevemente que pescar; falta de água num país em que a chuva é vizinha muito próxima; ausência de rede sanitária capaz de responder as nossas necessidades; péssimo ensino; entrada de produtos contrafeitos; entre muitos e muitos.


A missão dos que em nome de STP foram ao estrangeiro obter um diploma é o cultivo cientifico de saberes num panorama diversificado de relações com o país, com que interage e para o qual diz trabalhar. É essa a missão eminentemente social e moral destes, como compromisso e em concreto no que respeita o exercício da sua autonomia intelectual. Esta é a condição fundamental para o desempenho cabal da missão como o homem do saber. Isto, porque assim manda o saber. Ter consciência crítica de inteligibilidade referente a vontade expressa dos sãotomenses para o desenvolvimento, cingido obviamente na nossa herança, explorando os possíveis para o futuro. São intoleráveis as bagunças e as linguarices dos ministros de diferentes tutelas com particularidade no ministro das obras expeditas ou se quiser, das docas e das cidades saudável, fazendo tudo, mas tudo mal para substituir Fradique de Menezes. É colossal o infortúnio que me circunda como sãotomense. Mas não é um mal-estar particular, faz parte da história dos indivíduos, dos grupos e das sociedades e por isso ainda tenho o fôlego para os que me querem ouvir/ler, motivação para exprimir o que me vem à “tona”. Seguro, mesmo muito seguro, porque: num país democrático não se ameaça porque se criticou; não se exonera porque se pensa diferente; não se demite porque se contraria; não se deixa de colocar num lugar para qual tem qualidades porque se comentou; não se manda a prisão porque se discorda com o governo cujos membros passam mais tempo a passear pelo estrangeiro gastando toneladas de dobras cujo resultado é nulo; não se processa porque se manifestou; mas sim, se afirma capaz.


Apesar de tudo, porque este artigo não tem um carácter sindical, não posso deixar de evocar aqui, como exemplo, o que se passou com o líder sindical da função pública, Aurélio Silva – no mínimo, dá para dizer que é vergonhoso num país que se diz democrático. O país é democrático na sua afirmação pelos valores de liberdade, pluralismo, tolerância, saber ser e saber fazer. Objectivamente, STP é uma comunidade de pessoas e não do governo ou partido do poder, no qual, na diversidade de funções, estatutos e interesses todos procuram o saber melhor para o país. Não se trata aqui de falar de uma fusão, nem de uma confusão (esta é a estratégia do governo), mas da integração de saberes e de novas áreas do conhecimento porque estamos no século XXI. STP não pode ser onde um grupelho de esfaimados de poder de outrora que aproveitam para exercitarem a purificação das suas almas emocional (têm?) provocado por um drama do passado, ou para abreviar, para derramamento dos seus sentimentos reprimidos, porque Somos Sãotomenses.

Google