Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

sábado, dezembro 08, 2007

STP e os ayatolá khamanei

Senhor Presidente da Assembleia Nacional

Não Sr. Presidente. Não estou a comportar-me obsessivamente nem o desejo. Refere-se que sou sãotomense como V. Excia e, por sinal, mulato como Sr. e mais ainda, como Sr. Presidente da República – mulatos – que coincidência! E como conjecturo saber, os sãotomenses, aqueles que tiveram esta (in) felicidade de ser poder como V. Excia, Sr. Presidente da República e demais, de democratas parecem ter patavina. Desprezam ou tentam fazer de esquecidos que, o que dirigem, governam e representam são essencialmente pessoas. Habitualmente não respondem aos questionamentos que os cidadãos em pleno direito do seu exercício cívico e político os colocam. Não estava a aguardar uma resposta explícita da parte da V. Excia. E, como depreendo também saber, de acordo com a teoria da comunicação e/ou da segunda cibernética, quando os responsáveis políticos não respondem as questões que os cidadãos os colocam estão objectivamente a responder. O silêncio é comunicação. Como apontam P. Watzlawic, J. Beavin e D. Jackson, investigadores do Instituto de Pesquisa Mental de Palo Alto na Califórnia, o primeiro axioma da comunicação humana é: é impossível não comunicar. Tendencialmente os responsáveis políticos nacionais desejam ser soberanos e governam acima das populações e impõem o seu modo de pensar e agir. Vivem numa dupla vinculação, mediante uma interminável ilusão de alternativas. Para eles, não há alternativas reais entre as quais a “correcta” “deve” ser escolhida, pois toda a suposição de que a escolha é possível e deve ser feita constitui uma ilusão. Tudo devido a incompetência e ausência de saber-fazer. Se calhar Sr. Presidente da A N, a questão deverá estar no facto da nossa constituição reflectir um país imaginário de forma a garantir o direito ilimitado de debate parlamentar. Como consequência, temos uma máquina governamental paralisada, impotente e incapaz para realizar uma mudança nas suas próprias regras. Logo, caiu-se numa coisa a que alguns chamam de jogo democrático que não é senão um jogo sem fim. Lembrei-me Sr. Presidente da A N, do que a rainha de copas disse a Alice: quanto mais corro, mas sinto que estou a ficar para trás.

Senhor Presidente da A N, em nenhuma circunstância da vida justifica matar alguém. Qualquer destruição física da pessoa humana seja por que razão for é um crime. É esta educação para as novas gerações? Não há argumentos morais que justificam matar. Não é primeira vez que em 30 anos da existência do Estado de STP que se mata uma pessoa tentando sempre encontrar explicações estapafúrdicas que só entranham nas cabeças dos que entendem que a verdade está com eles. Esta barbaridade começou com o senso de 1979, morte cobarde de Loreno da Mata e persegue até então – são os mesmos ayatolás com nova roupagem que continuam a matar sãotomenses. Que bom seria Sr. Presidente da A N, que os dirigentes de STP colocassem um espelho diante do País de modo a verem o espectáculo do declínio a que o nosso país chegou fruto da má governação – corrupção, incompetência e outros males. O que se espera Sr. Presidente da A N que as futuras gerações façam? Não se impõe autoridade do Estado com armas. Qualquer país com esta atitude está condenado e mostra bem o carácter e a incapacidade de diálogo dos seus dirigentes. Estes miseráveis e caramutanges tonton macoute que nada sabem fazer da vida senão o servilismo boçal e doentio qualquer dia serão julgados – basta algum tempo. Senhor Presidente da A N será que o Estado de STP está transformado em terra dos ayatolá khamanei? Já agora é mais um jogo de sombras ou melhor, jogo de faz de contas? Até quando? De Loreno da Mata a Cesaltina, a razão das vossas traiçoeiras mortes dar-nos-ão mais oxigénio de exprimirmos a vontade de liberdade contra os sanguinários, os parasitas urbanos que compram as consciências famintas do povo de STP aquando das eleições. Mas nunca, nunca teremos esta brutal e covarde atitude de eliminar fisicamente um compatriota nosso ou não porque Somos Sãotomenses.

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