Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

domingo, junho 03, 2007

ARCO-DA-VELHA OU BOM SAMARITANO?!

A expressão coisas do arco-da-velha é como que de uma homenagem se tratasse a minha bisavó – Sam Damiana – e não só; são lembranças, são ensinamentos, são vivências, ...! Porque lembro-me ainda, que ela (minha bisavó) usava esta expressão quando algo se passava fora do seu entendimento. Se hoje a emprego é para manifestar a minha perplexidade pelos que, de uma ou de outra forma dirigem a coisa pública em STP; o tempo perdido, milhares de contos gastos em viagens por ano, dinheiro mal empregue, “diplomado” sem diploma e diplomas de escolas duvidosas, debates e discussões vazias de conteúdo e sem proveito para o país. Entretanto, esta expressão, arco-da-velha aparece como parte do título deste artigo, porque gostaria de poder descrever uma situação (sei que não sou capaz de o fazer) no mínimo mirabolante que só acontece a nós, ou se quiser, entre nós – os sãotomenses. É claro que, a minha avó – Sam Joli utilizava uma variante do arco-da-velha, o conhecido, isto só visto, contando ninguém acredita para casos flagrantes.

Contudo, há alguns que, com uma visão mais abrangente e estruturante utiliza a expressão: isto só neste país. Geralmente se diz que, uma coisa do arco-da-velha, quando se quer dizer que ela é espantosa e inverosímil. Há pouco tempo encontrei-me no aeroporto internacional de Lisboa com um dos dirigentes, ou se quiser, para ser mais dócil, um responsável do país e por sinal de um sector vital para o desenvolvimento - educação. Porque me sinto pilhado, defraudado com mais um acto patético, néscio e insipiente (mais uma vez), do sr. ministro das obras expeditas isto é, a chamada zona franca, decidi questionar o dito responsável: como é possível permitir esse grande embuste com e da chamada zona franca, mais uma vez patrocinada por ministro das obras expeditas? Sabemos bem as pretensões a médio prazo do ministro das obras expeditas. Ora, as razões do meu questionamento foram duas: 1ª. sinto-me desfalcado, intrujado, vigarizado; e a 2ª. porque o meu interlocutor e eu fomos amigos de infância. A resposta do meu interlocutor foi mais ou menos essa: é que se trata de uma questão política e ele (meu interlocutor cidadão sãotomense) como economista e exercendo a sua actividade num outro sector não pode criticar ou emitir opinião sobre o seu país...”. Confesso que pensei, fiquei com a ideia que estava a falar com um latente ditador. Manifestei ao meu amigo da infância, a minha recusa por esta sua visão redutora ou se quiser, muito reducionista, malandra e enganadora. Ele respondeu-me que o contrário, isto é, pronunciar sobre o seu/meu/nosso país, sem se ser “especialista”, político seria uma atitude de informalidade. Compreendi. Por esse motivo quando se pretende um “quadro” com uma dada competência para STP, vai se buscar um estrangeiro e regra geral, estudou na mesma universidade de um nacional e também habitualmente não tem experiência que um nacional tem senão um curriculum folclórico para fazer o sãotomense ver. Enfim...! O que está subjacente a esse pensamento é o chamado mecanismo psicológico de negação a operar. Quer dizer, a presença de um nacional regularmente informado, formado e competente preocupa muito, a alguns compatriotas que andam há anos a fazer o verbo encher – encher as suas algibeiras. Sentem-se que estão a perder a oportunidade. Sentem-se perdidos e incapazes de cooperar muito menos ainda competir. A perspectiva do meu interlocutor é que a política é para os políticos e a economia é para os economistas.

Portanto, cabe ao cidadão o papel de “seguidista”. Depois de alguma discussão quiça inoportuna o meu interlocutor rematou com o que nunca fez na vida: “... se eu, Mário Bandeira estivesse em STP a transportar gamela de roupa nas costas para lavar...”. É gente que temos como responsável por sectores decisivos do país. A minha dúvida é: será ele ou serei eu um bom samaritano? A expressão bom samaritano veio de uma passagem da Bíblia, em Lucas 10:25-37, em que um homem, que se diz muito entendido nas leis de Deus, pergunta a Jesus o que é preciso fazer para entrar no Reino dos Céus. Então, Jesus conta uma parábola sobre um homem que seguia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de ladrões. Os bandidos roubaram suas roupas e bateram tanto no coitado que ele quase morreu. Um padre passava pela estrada e, ao ver o homem, desviou do caminho. Um levita, que vinha pelo mesmo lugar, mudou de direcção. Até que apareceu um samaritano, que ficou com pena do homem. Ele fez curativos em suas feridas com óleo e vinho. Depois, colocou o pobre em seu burrico, levou-o para uma pousada e lá cuidou dele. Para Jesus, quem ajuda seu vizinho teria passaporte garantido para o céu. Naquela época, os samaritanos não eram vistos com bons olhos pelos judeus, pois formavam um grupo dissidente da comunidade judaica, que incluía rituais pagãos na sua prática religiosa. Na verdade, Jesus queria mostrar que deveríamos considerar todos como nossos "vizinhos" e ajudá-los, deixando as diferenças de lado porque, Somos Sãotomenses!




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