Um Momento de Reflexão por STP - Um espaço ao dispor de todos os amigos de STP

terça-feira, março 04, 2008

“Está a Brincar, Sr. Presidente”!

Sim, é esta a questão. A democracia tem destas coisas Sr. Presidente! A gestão do poder é um jogo: jogo do poder. Por isso que, com o espírito lúdico sugere de facto estar a brincar com as vidas de milhares de sãotomenses. É visível; se os políticos sãotomenses gastam tempo, aceita-se. Mas, a pensar nas populações e suas representações mais ou menos democrática (sindicatos, partidos políticos e outros) como peões do seu xadrez pessoal. Não é novidade; pois não, que, quando um sãotomense ou uma instituição ou mesmo, um agrupamento humano nacional manifesta abertura face à luz do saber transforma-se de imediato num perigoso obstáculo a eliminar pelo poder. Há 30 anos que convivemos com isso. Sr. Presidente, com os mandatos do presidente que lhe antecedeu, Miguel Trovoada e com os seus, STP tornou-se num país inviável e ficcional. Sabe porquê? A ausência de uma classe política de qualidade em quantidade e combinado com interesses ligados a riqueza imediato do petróleo. Daí o saudosismo de alguns de nós. Por esse motivo, Sr. presidente, porque o desejo nunca foi colocar os melhores e mais capazes a gerir o destino do país, STP mergulhou na obscuridade mental, tornando deste modo paraíso de corruptos, estúpidos, malandros, camaleões que sem escrúpulo exibem sempre a bandeira da democracia. Trata-se de uma questão de carácter, ou de não saber fazer, ou ainda, de entender que STP é um território de amigos do presidente da república? No mundo determinista, seria plausível fazer uma estatística para representar o número de ministros de educação, saúde e outros que passaram pelos respectivos ministérios num país com um pouco mais de 100 000 habitantes durante o seu mandato, ou se quiser ainda, durante os 30 anos da independência. E os resultados? Já contabilizou o custo destas mudanças para que tudo fique na mesma, ou seja, ao gosto do presidente em exercício? Já enxergou o traço ou se quiser, o carácter dos ministros que tiveram a sua concordata através dos seus passados recente e presente? Estabeleceu alguma comparação consigo próprio? Já descortinou? Já constatou que o processo eleitoral em STP é caracterizado pelo desprezo, a fadiga e o desinteresse crescente da população devido a actividade de alienação do eleitor sãotomense? Já percebeu que as razões deste muito mal-estar são mais que muitas? Já entendeu que a indiferença geral da população é de facto uma manifestação de maturidade e protesto do eleitor sãotomense? Já imaginou o que seria para si e os seus se o objectivo das campanhas políticas fosse eleger o melhor e, sobretudo, as melhores ideias governativas face a uma realidade socioeconómica e cultural devidamente investigada? Então Sr. presidente, com devido respeito, fica a sugestão: que veja mais e bem para STP que o seu umbigo.
Governar tiranicamente, embora com o nome da democracia, através de umas eleições que só convencem aos compradores de votos e dos observadores que vão a STP tratar da sua própria vida tem um preço a médio ou longo prazo. Os exemplos são intermináveis, desde Pinochet passando pelo Mobuto até ao ditador indonésio Haji Muhammad Suharto. Sr. presidente, o afastamento de sãotomenses admitamos, capazes e competentes da política é devido ao efeito de enjoo. Ou seja, não têm hipótese porque uma boa parte do país está nas mãos dos estúpidos, logo corruptos. E, consequentemente, estes não estão dispostos a optar por atalhos ditados pela estupidez e, com isso, perdem a vez face a estúpidos que, graças a esses atalhos, chegam rapidamente ao poder. Os governos dos seus mandatos e dos que lhe antecederam não avaliaram a si mesmo nem forneceram aos outros elementos para que se os avaliem. Em contrapartida, têm apresentado dados que convençam aos outros de que foram bons governos. Sr. Presidente, STP não pode e não deve continuar a ser dirigido pelos mesmos camaleões (os que mudam de partido e orientações ideológicas conforme circunstâncias políticas ou a cor política do presidente) de há 30 anos e/ou seus herdeiros; sucessores de caducas tradições e sem qualquer cultura democrática. Não causa surpresa a escolha dos membros do governo começando pelo primeiro-ministro. Entretanto, provoca muita e muita indignação. Nenhum país com as características de STP, país com muitos jovens, com um índice tão elevado de desempregados sugere a qualquer pessoa com pé na terra consequências e, a posteriori poderão ser demasiado grave. É prioridade antes de tudo dar atenção a dimensão social que umbilical, Sr. Presidente, porque Somos Sãotomenses!

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