ORA, ACONTECE…, É STP!
“…Ora acontece que não se ouve ninguém, “só eu é que conto”, “só eu é que sei”, “só eu sou esperto” … “mas acredita que a lógica dessa gente é a de “os cães ladram... e a caravana passa”...”. Ouvindo isto e observando STP fica-se com a ideia de que se está no país considerado mais pobre e mais corrupto do mundo – a Guiné Equatorial. País que ainda em Fevereiro de 2006 o seu presidente Teodoro Nguema Obiang comprou uma casa na exclusiva praia californiana de Malibu. Não são com promessas inconvenientes, dissertações irresponsavelmente altissonantes de dirigentes voluntaristas e projectos para isto e para aquilo, que se reduz a propalada pobreza em STP.
A condição indispensável para a redução da pobreza e melhoria dos padrões de vida dos sãotomenses, só é exequível com melhor governação. Melhor governação obriga a que se coloquem nacionais certos em lugares certos e não pela cor partidária ou pela corrupção política. A realidade (a que os governantes de STP não querem ver) demonstra que nos países africanos que tiveram bons governos, as economias “deram o salto”. A pesquisa sobre governação revela que melhores padrões de vida são, em grande parte, consequência de uma melhor governação, e não o inverso. A melhoria da governação em STP é a única condição para produzir resultados significativos. Há 15 anos que STP vive de má governação cujo corolário é o que vemos e vivemos – corrupção sublimada, péssimos governantes, pobreza extrema...
A boa governação dá origem a um enorme “dividendo do desenvolvimento” sob a forma de padrões de vida mais altos e redução da pobreza. Os indicadores mostram que, quando se melhora a governação por um desvio standard, os rendimentos triplicam a longo prazo, e a mortalidade infantil, assim como a pobreza registam um declínio de cerca de dois terços. Entre muitas outras medidas fundamentais numa boa governação está a desburocratização – verdadeiro antídoto contra a corrupção. Em STP há demasiada burocracia logo a súmula é a corrupção, o que gerou excessiva economia informal, expulsão dos autóctones perto ou mesmo do ilhéu das Rolas (violação ao Artigo 7 do Estatuto do Tribunal Criminal Internacional que se refere como uma “deportação ou transferência forçada duma população (e) um crime contra a humanidade”), mercados, feiras e vendedores de tudo e por todo lado.
O que fez o governo de STP para pôr termo a este crime? A Organização Mundial de Saúde (OMS) reuniu-se em Roma no ano findo, com o objectivo de debater soluções para o que denominou de “epidemia silenciosa” – a contrafacção de medicamentos provenientes de todos os continentes, que prolifera nos mercados africanos desde a década de oitenta do século passado. Segundo a OMS, os antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos, anti-parasitários e medicamentos cardiovasculares são os que mais são vendidos. Estas contrafacções beneficiam de uma dupla fonte de aprovisionamento, interno e externo. Muitos casos de intoxicação mortal, na sequência de tomas destes medicamentos foram notificados. Segundo ainda a OMS, um milhão de pessoas morrem por ano em África devido ao paludismo; 200 000 poderiam ser salvos se fossem distribuídos os medicamentos autênticos, e não os medicamentos contrafeitos. O que têm feito os diferentes governos em STP para acabar com a venda de medicamentos contrafeitos? A cultura da corrupção tomou conta e disseminou-se por todos os aspectos da vida pública de STP; o que torna impossível realizar e permanecer os negócios sem dar gratificação, Somos Sãotomenses.